Produtor de cana paraibano com propriedade modal própria de 100 ha teve R$ 28 de margem líquida positiva na safra 24/25 diz estudo

Após o preenchimento de uma planilha de custos de produção local, que levou em consideração todas as despesas e investimentos que teve o produtor canavieiro paraibano para produzir na safra 24/25, a partir de uma propriedade modal de 100 hectares e de cinco cortes, a equipe do Projeto Campo Futuro chegou à conclusão que houve uma margem líquida positiva de R$ 28,00. Os dados que culminaram nesse resultado foram tabulados e apresentados na manhã desta terça-feira (2), na sede da Federação de Agricultura e Pecuária da Paraíba (Faepa). Diretores e integrantes da Associação dos Plantadores de Cana da Paraíba (Asplan) forneceram os dados para o estudo que será apresentado em sua integralidade no dia 14 de agosto próximo, em João Pessoa.
Ao analisar e tabular o custo de produção de cana-de-açúcar, incluindo muda, preparo, plantio e tratos culturais, os parâmetros técnicos, gastos com mão de obra, utilização de maquinário, insumos, despesas administrativas, depreciação, remuneração do proprietário, remuneração da terra e capital, entre outros itens, a Analista de Custos Cana da Pecege, Lorena Hanzawa, e a Assistente Técnica da CNA, Eduarda Lee Ferreira, da equipe do Campo Futuro, que conduziram o levantamento estimaram em R$ 11.125 o custo médio de formação do canavial por hectare na Paraíba, levando em consideração uma meta de produção de 58,8 toneladas por ha, numa cana de cinco cortes. Ainda sobre investimento na produção de cana, o levantamento ainda mostrou um custo operacional por tonelada de R$ 172,97, com um faturamento de R$ 201,00.
Para o 1º vice-presidente da Asplan e presidente da União Nordestina de Produtores de Cana (Unida), Pedro Campos Neto, que participou do estudo e colaborou no levantamento dos dados, esse estudo é muito importante para os produtores se aprofundarem nesta questão tendo uma visão mais profissional de seu negócio. “A oscilação de preços do mercado de commodities não tem interferência da gente que produz, portanto o que precisamos fazer é agir da porteira para dentro, baixando e racionalizando custos, aumentando a produção e longevidade do canavial, crescendo verticalmente, investindo em irrigação, fazendo o manejo de forma adequada, por exemplo, para não perder a socaria e melhorando práticas. Com esses dados consolidados, temos também uma visão global de nosso negócio o que nos permite ter decisões mais assertivas”, destacou Pedro.
O diretor do Departamento Técnico da Asplan, Neto Siqueira que também colaborou com a consolidação dos dados, reforça que o produtor não pode encarar os custos de produção como despesa apenas, mas como investimento. “É importante saber o custo por hectare, tanto quanto se vai ganhar e para isso é preciso conhecer os detalhes destes cálculos de custos da produção, e isso a gente tem bem consolidado com o projeto Campo Futuro”, afirmou Neto Siqueira, que estava acompanhado de seu pai, o também produtor canavieiro e 2º vice-presidente da Asplan, Raimundo Nonato.
Pedro Neto lembra que os produtores canavieiros estão muito acostumados a mexer com fluxo de caixa, mas pouco familiarizados com cálculos de custos. “O fluxo de caixa é que mantém nosso negócio vivo, mas é preciso saber sobre como e onde investir, o que se gasta, para ter uma boa safra, e esses parâmetros do Campo Futuro nos dão um panorama geral de tudo isso”, finalizou ele.
Campo Futuro – É um projeto realizado pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR). O projeto, que se destina aos produtores rurais, é efetivado em parceria com as seguintes universidades e centros de pesquisas: Cepea Esalq/USP; CIM/UFLA; Labor Rural/UFV e Pecege, este último no caso da cana-de-açúcar.
Representantes da Faepa, Senar e Asplan participaram da reunião
Pedro Campos Neto, Raimundo Nonato e Neto Siqueira da Asplan contribuiram com o estudo
Os indicadores totais serão apresentados em João Pessoa, no dia 14 de agosto
Equipe que participou do leventamento de dados para o estudo
As técnicas responsáveis pelo levantamento, Lorena Hanzawa, da Pecege, e Eduarda Lee, da CNA
A reunião aconteceu na sede da Faepa, em João Pessoa
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