De acordo com dados levantados pela Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos – NTU, embora ainda estejam em definição os reajustes tarifários de algumas capitais, várias cidades já definiram novos valores para serem aplicados a partir de janeiro. Desde o último dia 3, a nova tarifa de Florianópolis é de R$ 3,50, o mesmo valor de São Paulo, que sofrerá reajuste, a partir do próximo sábado (09) para R$ 3,80. A tarifa do Rio de Janeiro, desde o dia 2, passou para R$ 3,80, igual preço que será a de São Paulo, sendo que na capital paulista a Prefeitura banca 36% desse valor como subsídio governamental. Em Belo Horizonte a tarifa vigente desde o dia 2 é de R$ 3,70. O valor de R$ 3,30 ainda está sendo praticado em Salvador, Goiânia e Curitiba. Em Salvador, esse preço vigora desde o dia 2, mas em Curitiba e em Goiânia, em breve, haverá novos valores.
Em Porto Alegre e em Campo Grande o valor vigente é de R$ 3,25. Quanto à tarifa de Cuiabá e Boa Vista o preço é de R$ 3,10. Em Manaus, Rio Branco e Brasília vigora o preço de R$ 3,00. Em Palmas é de R$ 2,95. Já em Boa Vista a passagem custa R$ 2,90. Em Maceió e Fortaleza, assim como em Macapá, ainda está em R$ 2,75. Entretanto, em Maceió o Conselho de Transporte já aprovou reajuste para R$ 3,20, que aguarda homologação do prefeito.
Mesmo em capitais incluídas entre as de maiores tarifas, cujos preços estão entre R$ 2,75 e R$ 3,80, mesmo entre essas há casos de subsídios e isenções tributárias. Sem dúvida, a de maior volume é São Paulo cujos subsídios anuais chegam a quase R$ 2 bilhões, além de haver isenção total do ISS e redução na alíquota do ICMS do óleo diesel utilizado no transporte coletivo. Em Brasília, além de isenção total do ISS e do ICMS, há subsídio governamental também.
Aliás, em capitais como Belo Horizonte, Campo Grande, Curitiba, Florianópolis, Fortaleza, Goiânia, Macapá, Manaus, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador, Teresina e Vitória, em menor ou maior proporção, o setor de transporte coletivo é contemplado com isenções tributárias e/ou subsídios governamentais. Mesmo assim o desequilíbrio econômico-financeiro tem sido contrário às empresas operadoras do serviço principalmente pela falta de melhor estrutura viária específica para a circulação dos ônibus. Em João Pessoa a tarifa é R$ 2,70.
Ônibus parados
“Por muitos anos o país ficou a incentivar o uso e a aquisição de veículo individual, proporcionando descontos ou isenções de impostos. E, por outro lado, nada ou muito pouco fez em favor do transporte coletivo, seja mediante isenções tributárias ou subsídios governamentais, seja com investimentos na infraestrutura para a circulação dos ônibus”, explica o diretor institucional do Sindicatos das Empresas de Transportes Coletivos Urbanos de João Pessoa (Sintur-JP), Mário Tourinho. O Resultado, afirma Mário, é que as cidades estão semiparadas, vez que as ruas e avenidas encontram-se quase sempre congestionadas e no meio delas estão os veículos do transporte coletivo, também semiparados.
“Por isso, os ônibus que tempos atrás conseguiam realizar 10 a 12 viagens por jornada, hoje, com os atrasos em seus tempos face aos congestionamentos, quando muito, conseguem fazer sete viagens. Estes fatos acarretam, de um lado, aumento nos custos operacionais e, de outro lado, mais reclamações por parte dos passageiros pelos atrasos dos ônibus”, justifica Mário, lembrando que as faixas exclusivas são um opção de priorizar o transporte de massa e agilizar seu deslocamento.