Açude de Engenheiro Ávidos só tem, atualmente, cerca de 6% de sua capacidade, o equivalente a pouco mais de 13 milhões de metros cúbicos de água
Nos últimos doze meses, o monitoramento da Agência Executiva de Gestão das Águas do Estado da Paraíba (AESA) mostra que o açude de Engenheiro Ávidos, que abastece a cidade de Cajazeiras, teve uma redução de volume armazenado de 26,6 milhões de metros cúbicos de água para pouco mais de 13 milhões, o equivalente a apenas cerca de 6% de sua capacidade. Esse volume, considerando o consumo do município e mais a evaporação, só será suficiente até dezembro. “Se nada for feito, ou se não chover o suficiente para aumentar o volume do açude, Cajazeiras entrará em colapso no final deste ano”, alerta o presidente da Frente Parlamentar da Água da ALPB, deputado Jeová Campos.
Essa triste realidade foi confirmada nesta terça-feira (01), durante a visita da caravana dos bispos da CNBB, ao açude de Engenheiro Ávidos. O secretário de infraestrutura do Ministério da Integração Nacional, que integra a caravana, Osvaldo Garcia, ficou estarrecido com a situação do reservatório e disse que irá pedir providências para contornar o problema.
Segundo Jeová Campos, além da alternativa da construção do canal de Caiçara, outra saída, apontada por técnicos do Ministério da Integração para assegurar a chegada das águas do São Francisco e garantir o abastecimento de Cajazeiras, a partir de janeiro de 2017, é trazer água do Riacho de Morros, em São José de Piranhas. “A proposta é levar as águas do Rio São Francisco para a barragem de Morros e daí liberar uma vazão de cinco metros cúbicos por segundo para reabastecer Engenheiro Ávidos”, esclarece Jeová.
Ainda de acordo com o parlamentar, a visita in loco e a constatação da gravidade do problema, sensibilizou o representante do Ministério que vai pedir celeridade nos encaminhamentos. “Uma coisa é a gente mandar documentos, ofícios, fotos e outra é ver com os próprios olhos a realidade de um açude quase em colapso. Não a nada que reproduza fielmente o retrato desolador de um lugar sem água do que a própria realidade vivenciada”, destaca Jeová.