Reforma da Previdência aprovada na Câmara é um tiro de morte no trabalhador e deputados que votaram contra têm meu respeito e admiração diz Jeová

“Banqueiros cada vez mais ricos e o trabalhador sem garantias. Essa é a realidade de um país onde o governo se alia a banqueiros e deixa os trabalhadores à mercê da própria sorte. Esse texto aprovado ontem na Câmara é um verdadeiro golpe contra o trabalhador brasileiro e os deputados que votaram contra têm o meu respeito e admiração”. Foi assim que o deputado estadual Jeová Campos (PSB) avaliou a aprovação na Câmara do texto-base da reforma da Previdência, no primeiro turno de votação. A matéria foi aprovada por 379 votos, contra 131, em sessão desta quarta-feira (10).

Indignado, o parlamentar reiterou o que vem dizendo em inúmeros encontros e audiências que tratam deste temática, de que essa proposta só aumenta o abismo existente entre ricos e pobres porque ela foi formulada para dificultar o acesso à aposentadoria e pensões, ou seja, está colocando o “rombo” da Previdência Social na mesa dos trabalhadores mais fragilizados do sistema. “É uma proposta de rico para ficar ainda mais rico e para o pobre ficar ainda mais pobre”, disparou Jeová.

No início deste ano, Jeová requereu, junto à Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB), o encaminhamento de cinco propostas sobre a reforma para o Congresso Nacional. Dentre as sugestões, o deputado que é também advogado, sugeria a tipificação como crime o não recolhimento das contribuições, a revogação do limite máximo do salário de contribuição (princípio da Solidariedade), bem como a instituição de um imposto sobre as grandes fortunas, sendo esta última uma das mais importantes para o parlamentar, tendo em vista que até hoje os ricos não pagam impostos sobre seus dividendos e isso só aumenta a pobreza no país.

“Como já afirmei em outras ocasiões, a justificativa para reforma vem em nome do ajuste fiscal, que necessitaria de medidas estruturais para reduzir os gastos do Governo. Mas, o fato é que o texto continua sem instituir o imposto sobre as grandes fortunas. Só essa medida, dentre outras que enviamos ao Congresso, equilibraria em parte a situação. Contudo, a negativa para isso só coloca em evidência os interesses nefastos do governo que se alia não ao povo brasileiro, mas aos grandes banqueiros que vão ficando ainda mais ricos enquanto que o povo, está cada vez mais pobre”, disse o deputado, destacando que a Previdência deveria gerar garantias ao trabalhador, mas, ao contrário disso, ela está colocando como protagonista o empresário, a iniciativa privada e os banqueiros.

“Ela tem priorizado os acordos formulados pelos patrões. Além disso, essa é uma proposta dos ricos porque ela não pune as grandes empresas que não recolhem às contribuições, porque não combate a apropriação indébita dos recursos da previdência, porque não taxa as grandes fortunas, nem afeta os lucros exorbitantes dos banqueiros”, reforçou Jeová. Visivelmente indignado com os parlamentares que aprovaram e apoiam a reforma, ele lembra que a proposta aprovada mexe ainda com as pensões de viúvas/viúvos. “Eles não poderão mais acumular seus vencimentos ou proventos com a pensão do cônjuge falecido. Terão que optar e além disso os valores pensionatórios serão reduzidos em 60% do numerário salarial do falecido”, destacou o parlamentar.

Jeová Campos fez questão de elogiar a postura dos quatro deputados paraibanos – Damião Feliciano (PDT), Frei Anastácio (PT), Gervásio Maia (PT) e Hugo Motta (PRB) que mantiveram suas posições contra o texto. “Bravos aqueles que continuam em suas trincheiras a favor do povo brasileiro, dos trabalhadores e contra a inviabilização da Previdência Social, que agora se desmantela atendendo assim apenas aos interesses do sistema financeiro e do capital especulativo”, disse o deputado.

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