Os incêndios quando ocorrem de maneira criminosa causam prejuízos não apenas ao dono da propriedade atingida, mas, também prejudica a comunidade servida pela rede de energia do entorno de onde aconteceu o episódio. Desta forma, hospitais, clínicas, indústrias, escolas, por exemplo, que prescindem da energia para funcionar ficam com seus serviços comprometidos em função desta ocorrência que poderia, em muitos casos, ser evitada se houvesse mais cuidado da população. Somente no ano passado, as queimadas provocaram 861 desligamentos na rede de energia em todo o país e alguns destes episódios aconteceram na Paraíba. E foi para abordar esse assunto e ver de que maneira a Associação dos Plantadores de Cana da Paraíba (Asplan) pode contribuir com essa questão, que a entidade reuniu associados na manhã desta segunda-feira (10), em sua sede, em João Pessoa, em torno da palestra do Coordenador de Manutenção de Transmissão da Companhia Energética da Paraíba – Energisa, Eduardo Catarino.
Em sua apresentação, o representante da companhia de energia subsidiária da rede no Estado, exemplificou em vídeos e slides como o produtor canavieiro pode fazer a sua parte para evitar danos à rede elétrica e também proteger seus trabalhadores que transitam em áreas onde passa a tensão da rede. “Nós sabemos que as queimadas ilegais não partem dos produtores que seguem as normas em relação a essa questão, com queimas programadas e acompanhadas, mas, algumas dicas são importantes para evitar problemas quando o assunto é fogo ou outras intercorrências em relação à rede de energia”, disse ele.
Ele lembrou que em caso de incêndios, por exemplo, a companhia só pode religar a rede depois que o fogo estiver totalmente controlado e reforçou que para evitar danos a rede elétrica é preciso que o produtor respeite o limite mínimo de plantio de 15 metros de distância dos postes e de 6,5 metros de altura máxima da plantação próximo a fiações. Outra colocação é de nunca direcionar os jatos de irrigação voltados para a rede elétrica e sempre que possível manter limpos de resíduos que podem gerar fogo nos espaços onde há postes de energia. Ele alertou ainda para a importância da companhia ser acionada ao menor sinal de baixa de fios e de quebra de cabos.
“Leigos acreditam que varas de bambu isolam a energia da rede, mas isso é algo que não procede e pode causar acidentes graves”, disse Eduardo, reiterando que ao menor sinal de anormalidade na rede, a companhia deve ser acionada imediatamente. “Nunca tocar ou tentar afastar ou subir cabos é uma dica que precisa ser seguida à risca”, enfatizou ele. Nestes casos, há um canal de ligação gratuita que pode ser acionado 24h, pelo consumidor: 0800 083 0196. Em caso de incêndios, chamar o 193 do Corpo de Bombeiros.
Para o presidente da Asplan, José Inácio de Morais, a palestra foi oportuna e esclarecedora. “Foram dicas importantes que já seguimos no dia a dia, mas, nunca é demais reforçar”, afirmou José Inácio, reforçando que a queima da cana-de-açúcar é uma ação corriqueira em tempos de safra como agora, mas que todas as queimadas realizadas pelos produtores canavieiros são devidamente controladas e programadas feitas, exclusivamente, à noite e, inclusive, com aporte de carros-pipa e que não compromete, nem danifica a rede elétrica. “Sempre que isso acontece pode ir atrás que são queimas ilegais, intencionais ou não”, finaliza ele.