Primeira conversa do Projeto das Profissões do Colégio AZ João Pessoa é com o médico Antônio Fernando Soares

Entender qual a sua missão no mundo. Foi com essa lição que os alunos de 2ª e 3ª Séries do Ensino Médio do Colégio AZ João Pessoa deixaram o auditório da unidade de Tambaú no fim da manhã desta segunda-feira (08). Neste dia, aconteceu a primeira edição do ‘Projeto das Profissões’ na escola e o palestrante foi o Dr. Antônio Fernando Soares, que é Médico, Mestre em Neuropsiquiatria e Ciência do Comportamento pela UFPE e Professor Assistente da Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba/Afya. A Diretora Geral do AZ João Pessoa, Verônica Monteiro, abriu o evento (online e presencial) ressaltando a importância do projeto para dar mais segurança aos jovens que estão se despedindo do Ensino Médio e ainda têm dúvida sobre que profissão seguir na vida.

Em sua fala, Verônica destacou a importância de se manter uma rotina de estudos até as provas do Enem. “Há quem defenda que o aluno dê uma amenizada no ritmo de estudos próximo das provas, mas, particularmente, eu entendo que é preciso que o estudante mantenha seu ritmo de estudos e deixe para relaxar após as provas passarem”, disse Verônica, reiterando que, neste aspecto, há opiniões divergentes. “O que importa é que cada aluno encontre seu próprio ritmo e chegue às provas preparado para os desafios que o Enem impõe”, comentou a diretora, passando a palavra para Dr. Fernando Soares.

O Médico, de apenas 38 anos, abriu sua fala resgatando a recente notícia do falecimento da cantora Marília Mendonça para introduzir a ideia de missão. Para ele, esse é o principal ponto no momento da escolha de uma profissão. “Ela, Marília, passou por essa vida rapidamente. Não cobrava pelas composições que fazia, dava. Teve tempo de ter filho, alcançar o corpo que queria… enfim. Cumpriu sua missão, que com certeza tinha e foi embora aos 26 anos de idade. Assim somos nós em nossas escolhas profissionais. Vocês devem chamá-las de missão. Por isso, não se permita ser medíocre. Seja o melhor em qualquer atividade. Viva a sua missão, o seu chamado”, defendeu o médico.

Na Medicina, Dr. Fernando falou de sua trajetória, dos obstáculos que enfrentou depois que trocou a bola e as quadras de basquete pelos livros; da vocação ou não para plantões; de professores carrascos na Universidade e que não agregam, só oprimem; e do mercado de trabalho. Perguntado sobre a etapa mais difícil do curso, Dr. Fernando disparou: “Foi entrar no curso”, disse sorrindo. Mas, depois de assustar, explicou: “Eu não sabia o que queria até que tive um insight e me perguntei o que seria de mim se eu, de repente, perdesse meu pai e minha mãe. A partir daí, eu que gostava muito de como funcionava o cérebro, decidi pela Medicina. No entanto, eu tinha exatos 100 dias para estudar e fazer a prova. Estudei tanto que tive uma estafa mental. Fiz a prova com Dengue e quando passei eu fiquei com a vaga que todos queriam: a 80ª colocação. A última, mas entrei”, contou.

Ao final, deixou uma frase do pai da medicina, Hipócrates, para reflexão de todos: “Curar quando possível, aliviar quase sempre, consolar sempre”. Dr. Fernando indicou aos alunos que seguirão pelo caminho da Medicina que não visassem prestígio, dinheiro, mas que escolhessem fazer o bem sempre. O resto seria consequência. Disse também que “Medicina Humanizada” é um pleonasmo. Para ele é um disparate dizer tal coisa, afinal de contas, a Medicina é para Humanos, do contrário seria “Medicina Veterinária Humanizada”.

“Sejam sempre sinceros consigo mesmos. No consultório, no plantão, na vídeoaula, onde quer que seja, exerça sempre a Medicina. Pensem sempre que do outro lado é alguém que você ama, como sua esposa, seu mãe, pai, filho, e use sempre uma linguagem acessível, do contrário você está falando diante de um espelho, ou seja, para você mesmo. A Medicina Humanizada é um pleonasmo. Claro que é. É uma relação de médico-paciente, e o médico tem um papel importante no equilíbrio biopsicossocial de cada um que ele atende”, concluiu.

Alunos adoraram o Projeto

Para as alunas Daniela Guimarães e Marina Morais, ambas da 3ª Série e postulantes à Medicina, a palestra foi muito clara e orientadora. “Gostei muito da forma como ele falou. Informações importantes, como por exemplo, como ele decidiu e alcançou o curso, e também como ele encara a profissão”, disse Daniela Guimarães.

Marina Morais além de participar na palestra com perguntas, também fez a entrega de uma lembrança do AZ ao Médico e agradeceu a disponibilidade do profissional para vir até o colégio repassar sua experiência. “E perguntei, por exemplo, como se conseguia emprego sendo recém-formado médico. Eu queria saber se era pela entrega de currículos e ele orientou quanto a editais de residência médica e network. Muito bom saber”, disse a aluna.

O Projeto das Profissões seguirá com outras visitas de profissionais à escola para que eles expliquem as práticas de suas profissões, desafios, vantagens e desvantagens do cotidiano de suas carreiras para ajudar os alunos em suas escolhas futuras. As palestras ocorrerão sempre das 10h30 às 12h30. A ideia é aproximar o aluno do ambiente acadêmico e do mercado de trabalho. Nesta quarta-feira (11), será a vez da professora e advogada, Waleska Vasconcelos.

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