Para o parlamentar vazamento de gravação foi uma atitude ilegal, autoritária, irresponsável, fere os princípios constitucionais e precisa ter uma resposta à altura do judiciário brasileiro
“O que aconteceu nesta quarta-feira no Brasil só tem precedentes nos idos de 64 quando a democracia foi engolida pelo autoritarismo e a ditadura. Chegamos a uma situação limítrofe e perigosa que precisa urgentemente de um posicionamento enérgico do Conselho Nacional de Magistratura das autoridades judiciais que precisam chamar o feito a ordem para reestabelecer à ordem pública e o respeito à Constituição”, afirmou na manhã desta quinta-feira (17) o deputado estadual Jeová Campos (PSB), durante pronunciamento no pequeno expediente na ALPB e depois na sessão especial que debateu a situação política do país.
Para o parlamentar, a gravação ilegal da conversa da presidenta Dilma Rousseff com o ex-presidente Lula e a imediata divulgação pela Rede Globo é uma violência contra a estrutura do Estado e a Constituição Federal. “Na República, ninguém está acima da Lei. O que o juiz Sérgio Moro fez ontem não tem respaldo jurídico algum. É uma afronta que precisa ter uma resposta imediata. Tenho receio dos desdobramentos deste fato. Confesso que estou com medo da partidarização do poder judiciário. Como é possível um magistrado fazer o que ele quer em detrimento da norma legal?”, afirmou o parlamentar.
Fazendo uma reflexão sobre os últimos acontecimentos no Brasil, Jeová Campos externou sua preocupação com o processo de radicalização, com o clima de guerra civil que se instala, estimulado pela Rede Globo, de destruição da República Brasileira. “Todos os que estão na república, seja o presidente ou o mais humilde do operário estão vinculados ao princípio da Lei. O princípio fundamental da república é que ninguém pode extrapolar os limites da Lei. E o que é república, é o povo reunido através do estado e o estado não é uma figura abstrata, ele é uma construção concreta, juridicamente posta e com estruturas de poder que não podem estar a serviço de quem quer que seja, mas, apenas, a serviço do estado democrático de direito”, desabafou Jeová, lembrando que ninguém pode rasgar a Constituição Federal, principalmente, um magistrado.
O parlamentar lembrou do ato cívico que está sendo organizado pelos movimentos sociais e acontece nesta sexta-feira (18), em várias capitais do país. Em João Pessoa, o evento está marcado para começar às 15h, em Frente ao Liceu Paraibano, no Centro. “Vamos nos unir numa corrente que diga não aos desmandos, às injustiças, em favor de um governo que defende as minorias e na preservação dos avanços sociais conquistados nos governos Lula e Dilma. Não podemos retroceder”, finalizou Jeová.