Dona Francisca com profissionais da equipe da unidade durante a ação de humanização.jpg
Dona Francisca quando ainda estava em uso de oxigênio no hospital.jpg
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Ahistória da aposentada Maria Francisca Pereira da Silva, de 68 anos, moradora do bairro São Sebastião, de Patos, que passou mais de dois meses internada no Complexo Hospitalar Regional Deputado Janduhy Carneiro (CHRDJC) e teve alta no último sábado (15), é um exemplo de que é possível superar o Covid-19, mesmo em sua forma mais grave. Idosa, diabética, hipertensa, com histórico de cardiopatia, a paciente reunia várias predisposições para o agravamento da doença, mas, com o aporte do hospital e muita força de vontade e fé, conseguiu superar os maus momentos, inclusive enquanto esteve traqueostomizada, e voltar para casa.
“Estou bem e agradecida por tudo o que fizeram por mim. Ninguém esperava que eu ia escapar, mas estou aqui contando a vitória que foi muito difícil, Deus estendeu a sua mão poderosa e eu pude contar com a ajuda de muitas pessoas de bem e competentes”, disse ela, emocionada. Dona Francisca foi a paciente do setor de isolamento Covid que mais tempo permaneceu internada na unidade. Ela deu entrada no dia 23 de fevereiro e ficou apenas cinco dias na Enfermaria e todo o restante do período na UTI Covid.
Dona Francisca, que é viúva e antes de ser internada morava sozinha, e agora está morando com sua irmã, Damiana Maria da Conceição, conta que em alguns momentos de sua internação nem sabia mais que estava viva. “Eu não recordo de alguns momentos e pensei que eu tinha até morrido, mas Deus, que resuscitou Lázaro, também olhou por mim e estou muito feliz de estar com meus familiares. Era o meu maior desejo de voltar para minha família e Deus me concedeu essa graça e ouviu minhas orações. Jesus e os médicos me curaram deste Covid. Pela graça de Deus e graças aos cuidados que recebi no hospital, estou viva e contando minha história”, disse ela, que ainda tem sequelas do tempo de internação e vai precisar de fisioterapia para recobrar o movimento normal dos membros inferiores.
Em áudio gravado para a produção desta reportagem, Dona Francisca agradeceu aos profissionais que deram apoio a ela durante a internação no hospital e a sua família e amigos que oraram pedindo pela sua cura. “Apesar de tanta luta que foi e ainda está sendo por causa que eu ainda estou sem movimentar direito minhas pernas, quero agradecer ao hospital pela assistência e cuidados e também pelo carinho que recebi, sem os quais não teria conseguido, e também a minha família e amigos quer rezaram pela minha saúde. Eu vou contar para quem quiser ouvir essa vitória. Eu estou muito feliz porque Jesus me curou do Covid e essa doença tem cura”, disse ela, pedindo para as pessoas se cuidarem. “O negócio é muito sério e o sofrimento é muito grande. Não desejo o que eu passei para ninguém. Mas Deus há de retirar esse mal do mundo. Em nome de Jesus fica aqui meu agradecimento a todos os profissionais que não apenas me ajudaram, mas continuam essa luta nos hospitais”, disse Dona Francisca.
A médica Jullie Queiroga conta que o cuidar de Dona Francisca foi um longo caminho, mas que demonstra que, mesmo em casos muito graves, é possível superar o Covid. “Durante os 79 dias de internação da Sra. Francisca, ela precisou ser intubada. Depois de muito tempo de intubação, precisou fazer a traqueostomia, onde o tubo, ao invés de ser pela boca, é pela traqueia. Depois de mais de 20 dias intubada, conseguimos tirar ela do ventilador e adaptá-la só com oxigênio, fomos cortando a sedação aos poucos e ela foi se readaptando paulatinamente à alimentação, a voz não saía, teve o comprometimento motor pela longa permanência internada, mas depois a voz voltou e ela conseguiu superar todas as etapas com muita fé e graças a Deus, ela conseguiu voltar para casa se sentindo bem e orientada”, afirma a médica, lembrando que o propósito de todos os profissionais que atuam no setor é fazer o melhor possível para que os pacientes superem a doença e voltem para sua famílias.
A sobrinha/filha de Dona Francisca, Rozineide Martins Vilar, deu os parabéns para a equipe que cuidou de sua parente e ao serviço prestado pelo Complexo. “Nós não temos nada a reclamar do hospital. Graças a Deus e ao tratamento que ela recebeu, ela conseguiu superar a doença e voltar para nosso convívio”, disse Rozineide, que aproveitou também para elogiar o serviço de Nutrição da unidade. “As comidas do hospital são muito boas e gostosas. O hospital está de parabéns também por isso” disse ela, destacando também a atenção e boa vontade dos médicos que durante as ligações explicavam tudo bem direitinho e com a maior paciência. “Nós não temos nada a reclamar. Ao contrário. Só a agradecer ao hospital” finalizou Rozineide.
Antes de ter alta, a equipe multiprofissional do Complexo realizou um ato de acolhimento com Dona Francisca levando-a para um momento de descontração no jardim interno da unidade que fica no setor de isolamento. “Diante de tanto tempo de internação, a equipe criou um vínculo com essa paciente e esse momento foi partilhado com muito carinho e alegria, até porque no dia de sua realização, ela estava bem e já com previsão de alta. Foi uma ação em que comemoramos o dom da vida e da cura, da superação de momentos difíceis”, explica a psicóloga Pryscilla Guedes, que integra a equipe do hospital. No dia também foi feita uma chamada de vídeo propiciando que a família da paciente também participasse daquele momento.