Continuar Cuidando: Complexo de Patos monitora pós-alta de pacientes que tiveram forma grave de Covid-19

O nome do projeto é bem sugestivo: Continuar Cuidando. E ele é direcionado aos pacientes que tiveram Covid na forma mais complicada e que passaram dias em internamento. Criado pelo Governo do Estado, através da Secretaria Estadual de Saúde, a iniciativa visa monitorar o paciente que desenvolveu a forma grave da doença, a fim de acompanhar sua evolução após a alta hospitalar. Esse acompanhamento também é feito no ambulatório do Complexo Hospitalar Regional Deputado Janduhy Carneiro de Patos (CHRDJC) desde agosto do ano passado. A unidade é uma das referências no tratamento de pacientes com Covid, desde março de 2020.

Dr. Pedro Augusto, que atua na linha de frente do setor Covid do Complexo, destaca que esse acompanhamento pós-alta é muito importante. “Uma das coisas que a gente tem que prestar bastante atenção são os efeitos futuros do Covid, pois a gente se depara muitas vezes com pacientes com déficit neurológicos, cognitivos fraqueza muscular, dores articulares e são pessoas que não tinham isso antes da doença. E o pior de todos é o quadro respiratório crônico, essa fibrose pulmonar que o paciente pode virar um paciente dependente de oxigênio”, esclarece o médico. Para ele, esse acompanhamento é fundamental não apenas nos PSFs, mas, também nos ambulatórios especializados no acompanhamento destes pacientes.

A Chefe do Núcleo de Enfermagem, Sefora Cândida Vasconcelos, explica que quando o paciente recebe alta do setor de isolamento Covid, o prontuário dele é cadastrado no sistema do projeto e as informações são repassadas para uma equipe multiprofissional que vai através da telemedicina fazer a primeira triagem desse paciente e agendar o dia para o retorno. “As consultas geralmente acontecem nas quintas-feiras no ambulatório Covid e no momento da consulta o médico identifica se há necessidade do paciente fazer algum exame como, por exemplo, uma tomografia, exames laboratoriais, ecocardiograma e o que se fizer necessário para avaliação atual do paciente. Em seguida, o médico traça a conduta necessária e encaminha o paciente de volta ao seu município”, explica Sefora.

O médico Diego Varela, responsável pelos atendimentos de pacientes pós-alta Covid no Complexo, lembra que essa doença viral, de acometimento pulmonar, pode deixar sequelas ocasionando sintomatologia respiratória grave mesmo após a alta hospitalar. “Desta forma, esses pacientes após o período inflamatório e mesmo após a pronta recuperação parcial ou total da sintomatologia necessitam após a alta de um acompanhamento ambulatorial que lhes dê a assistência e restauração completa da saúde, não só com o acompanhamento médico, mas também fisioterápico entre outros”, afirma Dr. Diego, complementando que no ambulatório de egressos é possível monitorar esses pacientes que já estão em casa, ajudando para que os mesmos não necessitem de internamento posterior à alta. “Além de reduzirmos a ocupação de leitos por uma eventual reincidência dos problemas, com o serviço do ambulatório nós ainda diminuímos de forma considerável a mortalidade destes pacientes”, finaliza Dr. Diego.

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