A galeria e o plenário da Câmara Municipal de Campina Grande ficaram lotados na manhã desta segunda-feira (20), durante a realização de uma audiência pública que debateu as propostas e repercussões da Reforma da Previdência. O deputado estadual Jeová Campos (PSB), autor da propositura de realização do evento, e presidente da Comissão de Desenvolvimento, Turismo e Meio Ambiente da Assembleia Legislativa, foi um dos principais debatedores da audiência.
Em sua fala, o parlamentar criticou a proposta que tramita no Congresso e disse que somente a mobilização popular tem forças para barrar a aprovação da matéria. “Infelizmente, não podemos confiar neste Congresso que, com raras exceções, tem interesse de defender o povo. O fato é que essa proposta de reforma da previdência extingue direitos, penaliza o trabalhador, mais ainda os trabalhadores rurais, favorece o grande capital e precisa ser barrada pois representa um retrocesso”, disse o deputado.
Jeová também desmentiu o que a mídia e o governo insistem em dizer que existe um rombo, explicando que isso é um discurso falacioso. “Quando se fala em rombo é desconsiderando que existem contribuições sociais que servem justamente para o financiamento da previdência, e contam apenas com as receitas provenientes do pagamento por parte do trabalhador e do empregador. No entanto, quando uma receita se torna vinculada, ela necessariamente deve ser gasta na área. Por exemplo, o dinheiro que se arrecada com a CSLL deve ir necessariamente para gastos da Seguridade, e não para financiar pagamento com juros da dívida pública como quer quem defende essa reforma”, explicou o parlamentar.
Segundo Jeová, o objetivo desta mistificação é ludibriar a população para acreditar que a Previdência deve ser “reformada” e substituída pelos fundos privados. “Isso, inclusive, vai de encontro à Constituição que prevê a existência de uma contabilidade exclusiva para a Seguridade Social, que mostraria não haver déficit algum”, reiterou Jeová. O deputado foi bastante aplaudido pela plateia que era formada por representantes do Sindicato dos Trabalhadores Públicos Municipais do Agreste e da Borborema (Sintab) e Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).