Jeová protesta contra o fechamento do Centro Cultural do BNB em Sousa dizendo que isso será uma perda de cunho social também

O deputado estadual Jeová Campos (PSB) está inconformado com o tratamento que o governo de Bolsonaro está dando à Cultura no país. Na manhã desta quarta-feira (26), por exemplo, o parlamentar criticou o fechamento do Centro Cultural do Banco do Nordeste (CCBNB) da cidade de Sousa, eu funcionava há 12 anos, com importantes ações de incentivo à cultura e às artes. Além dele, outros dois, mais antigos, um na cidade Juazeiro do Norte e outro em Fortaleza, também estão para fechar. O prejuízo, segundo Jeová, será imenso não só para a cultura nordestina, mas para o cidadão que precisa de espaços como esses para formar o pensamento crítico, tão bem trabalhado pelos centros culturais.

A notícia já está circulando nas redes sociais e muita gente já se pronuncia a respeito depois que quase a totalidade das programações agendadas para os centros culturais foram canceladas para julho. “Os centros abrigam atividades de literatura, dança, música, cultura popular, teatro e cinema durante todo o ano. O fechamento deles terá um impacto inimaginável para a região e para o fomento das artes no Nordeste”, argumentou o deputado, acrescentando que é preciso protestar quanto a isso. “É um absurdo, um crime”, reiterou o deputado cajazeirense, que sabe do que fala, tendo em vista suas raízes sertanejas.

O motivo para o encerramento das atividades dos três centros culturais é a falta de apoio do Governo Federal. Recentemente, o Governo Bolsonaro anunciou um corte considerável no orçamento do Centro de Sousa, que passou de R$ 100 mil/mês para R$ 30 mil/mês. Em seguida, surgiu o anúncio de suspensão de atividades a partir de julho para “ajustes” de agosto a dezembro. “Para quem viu o Centro Cultural do Banco do Nordeste (CCBNB) “encaminhar a vida” de diversos jovens sertanejos, essa é uma perda não só de um espaço cultural, mas social também”, destaca o parlamentar.

“O centro tem um impacto muito grande na vida das pessoas. Não é só o trabalho dos funcionários que lá atuam, é a circulação de recursos na cidade, a arte que transforma a vida das pessoas, principalmente os mais pobres”, argumenta César Nóbrega, um grande ativista cultural da região de Sousa e também um dos precursores do Centro em Sousa. “Lá tem uma biblioteca com mais de 30 mil livros. Eu já vi a importância disso para gente pobre que começou lendo lá e foi para a faculdade graças a isso”, disse César.

César, que já trabalhou cinco anos no CCBNB, lembra que lá já se apresentaram grupos de São Paulo, que os jovens da região tinham aula de violão, tinham acesso à literatura, história, artes visuais, ao cinema e teatro diariamente e de forma gratuita, formando, sem dúvida, uma população mais crítica. “O Centro também levava espetáculos para Cajazeiras e outras cidades, até do Rio Grande do Norte, onde também tem influência”, comentou ele, frisando a destacada importância do equipamento na vida sociocultural do sertão. “Precisamos reagir a esses contingenciamentos de recursos para educação e cultura que nada mais são uma tentativa de tolher a energia criativa e crítica dos brasileiros”, finaliza Jeová Campos.

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