A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) define que concepção de Educação orientará as escolas brasileiras. E, de cara, o documento já traz a informação de que a escola deve promover a formação e o desenvolvimento humano global dos alunos, para que sejam capazes de construir uma sociedade mais justa, ética, democrática, responsável, inclusiva, sustentável e solidária. Isso significa orientar-se por uma concepção de Educação Integral (intelectual, física, emocional, social e cultural). E foi com essa concepção mais ampla do que é educar que o GEO Sul promoveu, na manhã desta segunda-feira (13), um grande encontro com professores de todos os níveis para a formulação de um projeto piloto de Inteligência Socioemocional.
Vale lembrar que o foco das escolas, segundo o documento da BNCC, não é mais o de transmissão de conteúdos, mas o desenvolvimento de competências, compreendidas como a soma de conhecimentos, habilidades, atitudes e valores. O planejamento pedagógico de 2020 do GEO Sul vai contemplar essas competências. E, para isso, todos os orientadores educacionais – Rosângela Régia, Raquel Guerra, Cláudio Campos e Lis Gomes – trabalharam o tema com os docentes. No início do evento, o professor Cláudio Campos, levantou, através de votação entre professores, os principais temas a serem trabalhados em sala de aula, sendo o principal deles, unânime em todos os níveis de educação, ‘Autonomia e Responsabilidade’.
A partir de agora professores e orientadores vão se reunir para criar cronogramas com situações cotidianas que trabalhem os temas. “Autonomia e Responsabilidade” foi o único tema que se repetiu na Educação Infantil, no Ensino Fundamental – anos iniciais, Ensino Fundamental – anos finais, bem como no Ensino Médio, ao todo, para cada nível, foram elencados temas a serem trabalhados trimestralmente. No ensino Fundamental – anos finais, por exemplo, ficaram “Autonomia e responsabilidade”; “Desafio de amar ao próximo”; “Inteligência Emocional” e “Adolescência – perdas e danos”.
Em seguida, a orientadora educacional do Ensino Médio, Lis Gomes, assumiu e deixou a mensagem que todos precisam se comprometer com a formação cidadã e para o trabalho. “Temos que trabalhar as competências, as dez macrocompetências, preparar o aluno para suas escolhas”, comentou Lis, passando o comando para Raquel Guerra, orientadora do Fundamental – Anos iniciais, que, seguindo a mesma linha de raciocínio, afirmou que os alunos precisam de pessoas que os ouçam e falou sobre as “práticas” dentro do projeto como a abertura de fala, saber como os alunos se sentam, a observação da cooperação e tudo que ajude o estudante a ter um maior domínio sobre suas emoções.
Ao final do evento, a orientadora Rosângela Régia, tratou sobre as principais dificuldades e transtornos de crianças em sala de aula a exemplo do autismo, do Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade – TDHA, da dislexia, disortografia, discalculia. Ela demonstrou ao público como ajudar esses alunos e como oferecer estímulos positivos a eles. “Por exemplo, evitar o uso intenso da caneta vermelha durante a correção de provas. O vermelho, culturalmente em nosso contexto, está associado a estímulo negativo”, disse ela, lembrando quando os boletins vinham com a cor vermelha quando as médias ficavam abaixo da média 7,0.
O diretor do GEO Sul, Roberto de Oliveira, chamou a atenção de todos para o planejamento que estava sendo montado para o ano de 2020 e que nele havia o viés da inteligência emocional, que deve guiar cada decisão em sala de aula. “Vamos construir uma entrega pedagógica excepcional. Esse é o nosso foco”, destacou Roberto. Antes de dispensar o grupo, o professor também fez alguns pedidos aos professores, como o de tornar a aula mais prática para que o aluno fixe mais o conhecimento e a abolir o uso da caneta vermelha na correção de provas. “Vamos tentar esse ano? Algo diferente para cortar o estímulo negativo que é a nota vermelha na prova”, concluiu.