Presidente da Unida diz que saída para contornar mal-estar criado pelo governo federal passa por medidas que não prejudiquem o setor e atenda o mercado

O aceno do Governo Federal para contornar o mal-estar e os prejuízos causados ao setor sucroenergético nacional, especialmente, no Nordeste, o maior prejudicado com a medida, pela publicação do decreto que aumentou a cota de etanol importado dos EUA, sem taxa, em 150 milhões de litros, segundo o presidente da União Nordestina dos Produtores de Cana (Unida) e da Associação de Plantadores de Cana da Paraíba (Asplan), José Inácio de Morais deve, necessariamente, passar por medidas que não prejudiquem o setor no país e atenda às necessidades do mercado interno, ou seja, dos consumidores.

“É fato, que nós precisamos importar etanol nos meses de entressafra para suprir a demanda do mercado consumidor, então, essa medida do governo de atenuar os prejuízos com a liberação do amento da cota americana de etanol, que passou de 600 milhões de litros para 750 milhões, deve passar necessariamente por medidas que garantam que o setor sucroenegético do Nordeste não seja prejudicado com a chegada deste produto em plena safra”, destacou José Inácio. Ele lembra que se essa importação acontecer entre os meses de maio a julho, época de entressafra no Nordeste, os impactos da medida serão minimizados.

Mas, segundo José Inácio, o setor ainda está apreensivo, pois o Governo ainda não oficializou a decisão de somente destinar esse produto para a região na época da entressafra. “Estamos na expectativa do presidente Bolsonaro assinar novo decreto autorizando a importação de volumes maiores de etanol apenas no período da entressafra, deixando uma quantidade reduzida para ser adquirida do exterior durante a safra de cana-de-açúcar”, reitera o dirigente canavieiro.

O decreto foi assinado pelo presidente Bolsonaro no início de setembro e foi um aceno do governo brasileiro a um pedido do presidente americano, Donald Trump. A expectativa do governo brasileiro ao acatar o pedido, era que os americanos ampliassem a entrada do açúcar do Brasil no mercado americano. Mas, até o momento, não houve qualquer sinalização dos EUA nesse sentido, apesar das várias interlocuções da Ministra da Agricultura, Tereza Cristina, com esse intuito. “Essa também seria outra forma de minimizar os impactos negativos desse aumento de cota do etanol sem taxa”, afirma José Inácio.

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