Os produtores de cana nordestinos participaram, essa semana, do 18º Workshop sobre Plantas Daninhas, Nutrição e Adubação em Cana-de-açúcar que aconteceu no auditório Planalsucar, da Estação Experimental de Carpina, da Universidade Federal Rural de Pernambuco – UFRPE. O evento, que teve início no dia 27 e concluído nesta quinta-feira (29), contou com a participação do presidente da Associação de Plantadores de Cana da Paraíba (Asplan), José Inácio de Morais, que proferiu palestra no dia 28. Na ocasião, José Inácio falou sobre o “Manejo de Plantio e Tratos Culturais de fornecedores” de cana da Paraíba. A palestra foi marcada pela apresentação dos métodos em solos paraibanos e pela experiência do dirigente da Asplan no cultivo de cana-de-açúcar.
José Inácio iniciou sua palestra falando da importância de se escolher bem uma área para plantio e fazer a correção de solo. Nos solos paraibanos, ele mostrou que se faz muita correção com gesso e calcário e chamou atenção de todos para que não caiam em armadilhas de vendedores. “Cuidado com novidades do mercado e com modismos”, disse José Inácio, destacando que é interessante conversar com outros produtores para conhecer as técnicas que estão dando certo em outras propriedades, afinal, trata-se de um mesmo tipo de solo, mudando, talvez, apenas o tipo de variedade de cana.
“O solo é o mesmo e geralmente o modo de correção que dá certo para um, dá para outros, por isso é tão importante eventos como esse para que possamos mostrar nossas experiências e trocar ideias. O que muda pode ser a variedade de cana e olhe lá porque também procuramos escolher uma que melhor se adapte à nossa região”, comentou o dirigente da Asplan. Ainda sobre o plantio de cana dos fornecedores, José Inácio abordou o tratamento de fundo de sulco – sua profundidade, inclusive, o plantio de baixa densidade e os tipos de coberta, que pode ser manual ou mecanizada.
Já em relação aos tratos culturais, o dirigente frisou que os fornecedores paraibanos não têm acesso à torta, vinhaça e outros derivados e procuram alternativas como o esterco bovino, esterco de aves e os condicionadores de solo. Também colocou seriedade na irrigação. “Quem tem condições financeiras de fazer, faz irrigação controlada e isso proporciona uma grande diferença na produtividade”, salientou, mostrando que não é algo comum, por isso, a necessidade ainda maior de fazer um bom plantio e trato cultural.
“Estamos vendo que algumas ações têm dado certo, como a rotação da cultura, a adubação feita conforme as necessidades do momento através de análises, e também a aplicação de herbicidas sempre alternando as moléculas e verificando a umidade do solo para definição correta do produto”, afirmou José Inácio, concluindo que cada fornecedor deve procurar ver o que vem sendo feito e escolher um modelo a seguir, bem como também deve procurar sempre parcerias com as indústrias para fortalecer seus tratos.
Para José Inácio, o 18º Workshop da STAB foi de grande relevância para o produtor. “É como sempre digo: encontros como esses fortalecem o setor no sentido de estarmos sempre trocando informações e vendo quais as técnicas que o colega vem aplicando e que vem dando certo. Vemos onde estamos errando e tentamos corrigir”, salientou o presidente da Asplan, frisando que além do plantio e tratos culturais os temas trabalhados no Workshop foram bem variados e todos com o objetivo de informar ao produtor de cana qual a melhor opção para manter seus campos saudáveis e produtivos. Além disso, pesquisadores de plantas daninhas, nutrição vegetal e adubação também deram suas contribuições para ajudar o público na tomada de melhores decisões.