Assim como a famosa tequila, no México, e o champagne, na França, agora os produtores de cachaça do Brasil têm novas regras a seguir se quiserem usar o termo para nomear a bebida que produzem. E para se adequar às novas regras, a aguardente de cana precisa ter graduação alcoólica entre 38% e 48% e os estabelecimentos que desenvolvem o produto devem ser fiscalizados pelo Ministério da Agricultura a cada dois anos para quem vende para o mercado interno e uma vez por ano para quem exporta. A expectativa do mercado, segundo especialistas, é de que as exportações da cachaça tripliquem nos próximos cinco anos com a mudança das regras para produção da bebida.
Segundo o presidente da Associação dos Plantadores de Cana da Paraíba (Asplan), Murilo Paraíso, as novas regras devem melhorar, ainda mais, a qualidade das cachaças produzidas no país.“Nós já temos produtos de excelência, reconhecidos internacionalmente, e com essas novas regras a produção deverá ficar ainda melhor”, destaca Murilo, lembrando que a Indicação Geográfica, que reconheceu a cachaça como produto genuinamente brasileiro, depois de 15 anos de espera, chega em boa hora. “O reconhecimento dessa indicação geográfica significa que só a cachaça proveniente do Brasil é que pode ser chamada cachaça, então isso aumenta a agregação de valor ao nosso produto”, explica Murilo.
Com as novas regras, complementa o presidente da Asplan, a cachaça não poderá ser mais produzida em qualquer situação, em qualquer local. “Haverá todo um planejamento e ainda a responsabilidade do governo em certificar, através do Ministério da Agricultura”, destaca Murilo, lembrando que com a regulamentação virá também a proteção no mercado europeu, que é o mais forte no mundo quando o assunto é bebida destilada. O Brasil exporta quase oito milhões de litros de cachaça por ano e, somente a Alemanha, compra 27% do total. Com as novas regras esses percentuais tendem a crescer, acreditam os especialistas do setor.