A unidade, que integra a rede estadual de saúde, vai começar a fazer a coleta do liquor, que é a punção do líquido cefaloraquidiano
Referência para mais de 90 municípios do sertão paraibano em atendimento às mulheres, inclusive em gravidez de alto risco, a Maternidade Dr. Peregrino Filho também se destaca no diagnóstico, exames e procedimentos em casos de suspeita de microcefalia. Quando o bebê nasce na maternidade, o pediatra, a enfermeira de centro cirúrgico e centro obstétrico fazem a medição do perímetro cefálico no ato do nascimento. Após 24h, essa medicação é feita novamente pela enfermeira do CIRCOR, responsável pelo teste do coração. Após identificação do perímetro cefálico e da suspeita de microcefalia, é iniciado pela enfermeira da vigilância epidemiológica, Abymaelle Katyane, o questionário de investigação, solicitado a sorologia da mãe e do RN, feito pelo laboratório e também a notificação ao responsável.
O próximo passo é agendar a USG transfontanela, que é uma ultrassom da fontanela para observar presença de calcificações. Esse exame também é feito na Maternidade. Caso não apresente calcificação na fontanela é descartado o diagnóstico de microcefalia. Em caso de não visualizar bem durante a USG, o pediatra Dr. Fabricio Formiga, responsável pelo exame, solicita uma tomografia de crânio, que também é feita pela maternidade.
A partir da próxima semana, a Maternidade também começará a realizar a coleta do liquor. “Estamos concluindo o processo de escolha do médico que irá realizar o procedimento”, explica o superintendente do Instituto Gerir, que administra a Maternidade, Dr. Nasser Tannus. “Depois desse procedimento a criança precisa ficar, em média, de seis a oito horas em observação”, explica Dr. Nasser.
Os exames e procedimentos também são realizados em bebês que não nascem na Maternidade. Neste caso, o município de origem faz contato com a maternidade, para marcar a coleta da sorologia e a USG transfontanela. “Neste caso, a notificação do responsável se torna responsabilidade do município, sendo necessário enviar uma cópia da notificação para maternidade”, explica Abymaelle Katyane, responsável pelos encaminhamentos.
“Com o início da coleta do liquor, tudo que diz respeito a microcefalia é feito na maternidade. A sorologia é enviada para o Lacen, em João Pessoa”, explica a diretora assistencial da Maternidade de Patos, Luciana Maia. Ainda segundo Luciana, o
perímetro que indicava microcefalia era de 32 cm, porém, esse protocolo mudou recentemente para 31,5 cm para meninas e 31,9 cm para meninos. A Maternidade de Patos avalia, atualmente, um projeto de instalação de um Ambulatório de Microcefalia. Os custos estão sendo levantados para ver a viabilidade do projeto junto a Secretaria de Saúde Estadual (SES).