“É preciso que cada um faça a sua parte. Lave constantemente as mãos, fiquem em casa e só saiam para o que for urgente e bem protegido, com máscara e luvas, porque o vírus está em todo canto e a gente nunca sabe como pode se contaminar”. Essa afirmação é da Auxiliar de Serviços Gerais do Complexo Hospitalar Regional Deputado Janduhy Carneiro de Patos, Edinete Nunes Santana, de 38 anos. Ela é uma das funcionárias da unidade que superou o Covid-19 e regressou a sua rotina nesta quinta-feira (04), quando teve calorosa recepção dos colegas de trabalho, a ponto de se emocionar com as palavras de carinho e os cartazes com corações. Na semana passada, o Complexo contabilizava 43 profissionais afastados, sendo 31 deles com testagem positiva para Covid-19 e outros 12 com suspeita da doença. Alguns destes, a exemplo de Edinete, já voltaram às suas atividades após o período de isolamento.
Com sintomatologia leve, apresentando apenas dores de cabeça, entupimento do nariz e falta de paladar, Edinete conta que achou que esses sintomas fossem algo ligado a sinusite, tanto que ficou surpresa após fazer a tomografia e o médico lhe informar que 25% do pulmão apresentava comprometimento. O teste rápido que positivou para Covid, realizado no dia 21 de maio, fechou o diagnóstico e imediatamente após o exame, ela entrou de licença, foi para casa, no Distrito de Santa Gertrudes, onde permaneceu em isolamento domiciliar por 14 dias, sendo oito dos quais, completamente sozinha em seu quarto.
O restante do tempo em casa, também foi em isolamento domiciliar, mas com saídas do quarto, com luvas, máscara e gorro, por causa do filhinho de três anos dela, o José Mathias, que cobrava atenção da mãe que estava em casa, mas, que ele não via. “É difícil uma criança de três anos entender que a mãe está em casa e ele não pode vê-la. Então, sob orientação da minha agente de saúde, eu saia do quarto, com toda a proteção, mas, mantendo a distância segura de meus quatro filhos e de meu esposo”, disse ela, que teve neste período também o apoio da mãe, a Sra. Maria de Fátima.
Edinete, que atua na Urgência e Emergência do Hospital, admite que sentiu medo ao receber o diagnóstico e que ficou receosa de precisar de uma UTI e de ser intubada, mas, que recebeu tantas palavras de conforto e carinho, que decidiu enfrentar a doença sem maiores receios. “Eu só tive sintomas leves, mas, como essa é uma doença nova, pouco estudada, ninguém tem certeza de nada, mas, graças a Deus eu não tive nada sério e estou aqui contando a minha história de superação”, destaca ela, acrescentando que tudo isso também reforçou a sua fé.