Para o parlamentar paraibano ‘engavetamento’ da cautelar no STF, de dezembro de 2015
até semana passada, foi decisiva para aprovação do afastamento de Dilma na Câmara
“A história não perdoa e os que hoje contribuem e comemoram essa conjuntura do quanto pior melhor, entrarão para a história, mas pela porta dos fundos, pela porta do golpismo, da corrupção e da imopralidade”, disse na manhã desta terça-feira (10), durante discurso na ALPB, o deputado Jeová Campos (PSB).
O parlamentar afirmou que não podia deixar de registrar a sua sofreguidão com esse momento vivido pelo Brasil. “Não temos mais desaguadouro para buscar segurança jurídica, por que qual a razão para o STF ter tirado Eduardo Cunha somente agora da presidência da Câmara? Ele não era legítimo, correto para presidir uma sessão que cassou uma presidenta? Por que essa cautelar de afastamento de Cunha, proposta ao STF em dezembro, ficou ‘engavetada’ tanto tempo? Deixaram ele primeiro praticar o ato, conduzir a sessão para afastar uma presidente, para somente agora, depois do fato consumado, afastá-lo da Casa. Não dá para comprreender como o STF participa disso e também não dar para ficar calado”, disse Jeová.
Segundo Jeova, a verdade é outra. “Querem limpar o caminho para Michel Temer assumir um governo ilegítimo, um posto que ele jamais alcançaria pelo voto popular e é, no mínimo, engraçado essa posição do judiciário”, afirmou o parlamentar paraibano.
“Eu aprendi como Miguel Reale, o pai, o grande jurista e o autor da teoria Tridimencional do Direito que diz que o direito está no fato e qual é o fato da minha indignação é que o Cunha de dezembro é o mesmo de hoje, então por que ele pôde comandar o processo de cassação da presidenta sob os auspicios do consentimento do STF, já que desde dezembro do ano passado havia um pedido cautelar de afastamento dele. Agora Cunha não serve mais?. Que pena pelo povo brasileiro, pois um supremo deste precisa ser, no mínimo, questionado”, finalizou Jeová Campos.