“Porque o pedido de afastamento de Eduardo Cunha, que desde dezembro ‘repousava’ de repente é julgado, justamente, pouco tempo depois da votação do impeachment de Dilma e somente agora fazem o afastamento dele”, indagou o deputado estadual Jeová Campos (PSB), logo após tomar conhecimento que o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou, nesta quinta-feira (05), o afastamento de Eduardo Cunha do mandado de deputado federal e, consequentemente, da presidência da Câmara dos Deputados.
Para o parlamentar paraibano, o STF precisa fazer uma autocrítica diante deste processo, principalmente pelo fato de ter permitido, quando não julgou a tempo, que um presidente ilegítimo, pelas denúncias, e comprovadamente corrupto conduzisse a sessão que aprovou o afastamento da presidência. “O julgamento do pedido de afastamento de Cunha demorou muito a ser apreciado, o que favoreceu o golpe. Sem Eduardo Cunha na presidência da Câmara a aprovação do afastamento da presidenta Dilma não teria acontecido, pois foram as manobras escusas, coordenadas por Cunha, sob complacência de Michel Temer, diante de um congresso comprometido, que resultaram na aprovação do pedido de impeachment da presidenta”, disse Jeová, lembrando que o estrago feito por Eduardo Cunha é imensurável e colocou em crise toda a nação brasileira.
O deputado lamentou ainda que a classe política esteja, atualmente, no banco dos réus. “Eu só lamento que o país esteja passando por um período de tanto empobrecimento político, com a classe política tão amplamente desacreditada. Se há crime, que seja investigado. Quem errou, precisa responder pelos seus atos. O pior é que aliado a descrença nos políticos, e até nas instituições, há todo um movimento obscuro de destituição da presidente que não responde a nenhum processo e que, simplesmente, está tendo seu mandato legitimamente conquistado, pelo voto da maior parte dos brasileiros, tomado descaradamente”, finalizou Jeová Campos.