“Estão querendo comparar duas pessoas completamente distintas, ou seja, uma mulher honesta com um homem corrupto e imoral como Eduardo Cunha. Ele vai ser cassado, mas vão usar a jurisprudência do caso de Dilma para também não se cassar os direitos políticos dele, para permitir que ele continue na vida pública”, afirmou hoje (01), o deputado estadual Jeová Campos (PSB). Para o parlamentar, essa decisão foi articulada pelo PMDB para salvaguardar Cunha e, consequentemente, Michel Temer que teme que o principal articulador do golpe que tirou o mandato da presidente Dilma Rousseff abra a boca e comprometa a instabilidade do atual governo e sua permanência na Presidência da República.
Segundo o deputado, que é advogado, não existiu crime de responsabilidade e sem crime também não há pena. “Não há crime sem lei anterior que o defina e nem pena sem prévia definição legal. Se o povo brasileiro teve a presidenta afastada porque praticou um crime então por que não existiu pena contra ela? Não existe pena, porque ela é inocente só que por traz disso existe um plano desprezível e rasteiro que é comparar Dilma a Eduardo Cunha”, afirma Jeová.
“A presidente Dilma jamais mereceria ser afastada do cargo porque ela não cometeu crime. E eles, os golpistas e conspiradores, sabem tanto que deram um golpe que se eles tivessem qualquer dúvida da inexistência do crime, eles teriam que imputar a pena e eles não impuseram nenhuma pena a Dilma. Não impuseram porque Dilma é inocente, foi injustiçada. Dilma não cometeu crime porque se ela cometeu crime, ela teria que ser punida com a perda dos direitos políticos. Agora, querer através dessa cortina de fumaça inocentar esse ladrão do dinheiro brasileiro, chamado Eduardo Cunha, nós não podemos aceitar”, desabafou Jeová.
Para o deputado, Dilma foi vítima, mais uma vez. “Primeiro, ela sofreu com a ditadura militar, agora com esse golpe parlamentar, mas ela saiu de cabeça erguida, olhando nos olhos de seus algozes, sem fraquejar, porque não praticou crime, tem a consciência tranquila”, destaca Jeová. Ainda segundo o parlamentar, “a elite brasileira é mesquinha e covarde e afastou a presidente do cargo, mas está sendo obrigada a reconhecer que ela não é criminosa”.