Para debater formas de combate à violência e conscientizar a sociedade para a importância de inibir a prática da violência doméstica, a Prefeitura de Cajazeiras, através da Secretaria Executiva de Políticas para Mulheres, realizou essa semana o III Fórum Municipal de Políticas para as Mulheres. As palestras do evento na noite desta quinta-feira (25) foram feitas pela juíza, Adriana Lins, de Cajazeiras, e pelo desembargador Siro Darlan, presidente da presidente da Sétima Câmara Criminal do Rio de Janeiro.
De acordo com a juíza Adriana Lins, a mulher não pode deixar de registrar a queixa quando sofre qualquer tipo de agressão, nem subestimar a violência do seu parceiro, mesmo quando há uma possibilidade de reconciliação. “A mulher precisa denunciar, buscar apoio, seja através do SOS Mulher, que é um celular para a mulher acionar diretamente o Centro Integrado de Operações Policiais (Ciop), e nunca deixar de formalizar a queixa por agressão”, destacou a juíza que também falou sobre casos de violência e sobre as dificuldades culturais enfrentadas pelas mulheres para fazer a denúncia.
O desembargador Siro Darlan, que está em Cajazeiras para ser homenageado pela ALPB e pela Câmara Municipal, deu um testemunho público da violência doméstica sofrida por sua mãe, que teve que sair de sua cidade natal, Cajazeiras, com quatro filhos pequenos, para poder escapar da violência. “Minha mãe, sertaneja forte, deu um grito de independência quando ainda nem se falava em direitos da mulher, em defesa da mulher neste casos de violência doméstica e não se resignou diante de um fato que precisa ser abolido, que se constitui num ato covarde, que não pode ser admitido, nem defendido, sob nenhuma hipótese”, afirmou o desembargador.
Para a secretária de Políticas para Mulheres de Cajazeiras, Francisca Campos, o evento cumpriu seu papel, ao trazer à tona debates importantes que fazem a sociedade e, especialmente, às mulheres a refletir sobre essa problemática e buscar formas de combatê-la. O deputado estadual Jeová Campos também participou do evento e compôs a mesa de autoridades. Para ele, o debate sobre essa questão precisa ser cada vez mais aprofundado, porque a conscientização das mulheres é uma arma poderosa no combate à violência doméstica. “Quanto mais informada de seus direitos, das formas como pode se proteger e quanto mais se sentir acolhida, mais força a mulher terá de se contrapor a essa violência que é inadmissível, em qualquer circunstância”, finalizou Jeová.