“Vi uma matéria de um telejornal, recentemente, que me deu medo, que me deixou sem compreender que mundo nós estamos vivendo, numa pátria chamada Brasil”, desabafou ontem (22), o deputado estadual Jeová Campos, na Tribuna da ALPB. Ele se referia ao fato do Presidente da República ter se reunido com os seus ‘parceiros do golpe’ e exigir deles, dos líderes partidários, que não se altere nada na PEC 287, que tramita no Congresso e trata da Reforma da Previdência Social. “O presidente fez uma exigência, deu uma ordem. E ai, pergunto eu. De que está servindo o parlamento nacional?”, questionou Jeová.
Segundo o parlamentar, que tem se posicionando contra a PEC 287, inclusive participando de audiências e reuniões em sindicatos de várias localidades da Paraíba, a PEC 287 é uma proposta absurda. “ Ela extingue pensão, viola a Constituição, quebra o princípio valorativo da família no estado nacional, rasga o Artigo 201 da Constituição Federal, e assim viola os princípios fundamentais da nossa Carta Constitucional, a exemplo da dignidade humana e da irredutibilidade dos balões dos benefícios”, destaca Jeová.
Para ele, os deputados federais e senadores precisam atentar para esse momento e o povo deve ficar atento à postura de seus representantes. “Nós vamos ter que observar qual será a escolha feita pelo conjunto dos senadores e deputados federais da Paraíba. Se eles vão ficar do lado do ‘Rei’, que pela postura monárquica, autoritária, exige que todos sigam a sua ordem e rasguem a Constituição ou vão ficar do lado do povo”, adverte Jeová. Na opinião do deputado, não se pode aceitar que uma pensão seja inferior ao salário mínimo, o fim da aposentadoria dos trabalhadores rurais e outras mudanças que vão prejudicar a população mais pobre e necessitada do país. Do jeito que está no texto, segundo o parlamentar, não haverá mais aposentadoria rural, o trabalhador após 65 anos de idade, e 35 anos de trabalho tenha apenas 46% de sua renda.
“A prática que está sendo imposta por esse governo golpista, a todas as bancadas, é a da subserviência e se eles aceitarem pode ter certeza que eles terão um encontro de contas com o eleitor em 2018. Eles vão ter que escolher entre as ordens do chefe ou o clamor das ruas. O Congresso não pode aceitar as exigências dos banqueiros, que pretendem acabar com a previdência pública”, afirma o deputado, sendo enfático num recado a bancada federal paraibana: “Não sigam a ordem do ‘rei’!