Já se sabe que hoje existem muitas pesquisas acontecendo no campo da agricultura, principalmente no que se refere à criação de mecanismos que reduzam os custos de produção. A cada dia que passa cientistas ampliam mais o conhecimento sobre a interação, por exemplo, entre os microrganismos e as plantas, tendo em vista que fungos e bactérias em culturas agrícolas podem aumentar o rendimento das lavouras, estimulando o seu crescimento ou as protegendo de doenças. Assim, o Coordenador do Departamento Técnico da Associação dos Plantadores de Cana da Paraíba (Asplan), o engenheiro agrônomo Luís Augusto, e o biólogo da Estação Experimental de Camaratuba – mantida pela Associação, Roberto Balbino, foram em busca de mais informações sobre o assunto e participaram, nos últimos dias 10 e 11 de janeiro, de um curso de Multiplicação de Microrganismos ON FARM, que aconteceu na cidade de Toledo, no Paraná.
O objetivo de participar do curso em Toledo, afirmou Luís Augusto, foi a atualização das técnicas de multiplicação de microrganismos, uma vez que essa prática está no contexto do controle biológico que, juntamente com outros métodos de controle, como os defensivos químicos, faz com que agricultura seja ainda mais sustentável e produtiva. A Estação Experimental de Camaratuba, mantida pela Asplan no município de Mataraca, já produz e distribui macro e microorganismos, como Cotesia flavipes e Metarhizium anisopliae, dois controladores biológicos das principais pragas da cana-de-açúcar. A ideia é, no futuro, também oferecer o serviço de produção On Farm para estímulo do desenvolvimento das plantas.
O curso foi realizado no Sindicato dos Produtores Rurais de Toledo. Na tarde do dia 10 e durante todo dia 11, os participantes tiveram módulo prático no laboratório de microbiologia da PUC do campus de Toledo. “Lá foram trabalhados microrganismos, tais como, as bactérias (Bacillus subtilis e Azospirillum brasilense), e o fungo trichoderma, que são promotores de crescimento, precursores de fitohormônios, solubilizadores de nutrientes, entre eles o próprio fósforo, além de formar uma barreira protetora contra nematóides e fungos indesejáveis ao colonizarem as raízes das plantas cultivadas, quando assim são aplicados”, explicou o engenheiro agrônomo.
A produção On Farm ou caseira de biopesticidas consiste na multiplicação de organismos vivos na propriedade rural para uso no controle de pragas da lavoura. Essa é uma prática que, segundo o engenheiro agrônomo da Asplan, Luís Augusto, vem revolucionando a agricultura brasileira, seja pela queda na eficiência dos inseticidas químicos, que têm um custo cada vez mais alto, seja pela excelente ferramenta de controle que é.
“On farm de microrganismos junto a outras práticas está revolucionando a agricultura brasileira, diminuindo custos de produção e diminuindo a dependência das multinacionais, porque também promove o menor uso de insumos químicos e a maior eficiência nos químicos já usados. Temos assim, maior sustentabilidade na atividade”, reitera o diretor do Departamento Técnico (DETEC) da Asplan, Neto Siqueira, afirmando que essa é a nova aposta do setor para os próximos nãos. “Estudos apostam no crescimento da demanda nos próximos anos”, finalizou Neto.