‘As agressões nossas de todo dia’ foi tema de palestra exclusiva do psicólogo Davoli para colaboradores do GEO em João Pessoa

O que fazer para melhorar as relações interpessoais, evoluir como ser humano, como trabalhar o egocentrismo que nasce e cresce com cada um de nós que se supõe o centro das atenções e distinguir isso de egoísmo, fazer uma reflexão sobre as regras das relações sociais que, atualmente, estão muito confusas, ter clareza sobre o que é certo, errado, o que pode ou não pode, e impor limites para não agredir o outro, não culpar o outro, sobretudo, no ambiente escolar. Essas foram algumas das reflexões trabalhadas durante uma palestra, exclusiva, do psicólogo e palestrante, Guilherme Davoli, para todos os colaboradores do Colégio GEO de João Pessoa. O encontro, realizado na unidade Tambaú, na noite desta quarta-feira (07), foi voltado para educadores, coordenadores e funcionários de todos os setores da instituição, que tem uma preocupação também com a formação cidadã de seus colaboradores.

“A escola é, se não a única, uma das únicas fontes onde essas questões podem ser trabalhadas, porque a sociedade chegou a tal nível que as pessoas pararam de dialogar, de trocar ideias, de pensar valores, conceitos e tudo mais. E o individualismo que é alimentado pelo uso excessivo da Internet, das redes sociais, de uma sociedade extremamente consumista, pode e deve ser quebrado dentro do ambiente escolar, porque na escola é possível criar situações de reaprendizado ao diálogo, onde jovens de uma mesma faixa etária, podem exercitar essa questão e tomar decisões em grupo”, explicou o psicólogo, dizendo que, desta forma, o jovem começa a perceber a importância do mundo para o outro e não apenas para ele mesmo.

Segundo o psicólogo, uma das coisas fundamentais nesse reaprendizado ao diálogo, são as atividades em grupo. “Não me refiro aquela ideia antiga de juntar uma turma para fazer um trabalho em grupo, mas, a uma visão diferente de trabalhar em conjunto, tanto que ao dar uma nota para um trabalho, o professor deve analisar o conteúdo, mas também o esforço do grupo em buscar as respostas”, enfatizou Davoli. Isto porque, segundo o palestrante, o mercado de trabalho hoje não quer alguém muito bom apenas no que faz, mas, ele busca alguém que sabe conversar, trabalhar em equipe, ajudar o outro, pensar como colaborador e não apenas como funcionário. “Neste contexto, a escola tem um papel fundamental, assim como a família. A escola não vai salvar o mundo, mas, ela ajuda a melhorar e iniciativas dessa do GEO, de reunir seus colaboradores em torno desta temátca, torna a escola um local ainda mais preparado para essa conduta”, disse ele.

Durante sua apresentação, Davoli ainda trabalhou questões como bullyng, suicídio, depressão, a distinção entre egocentrismo e egoísmo, empoderamento e ainda sobre o uso e importância das redes sociais. Sobre este último item, Davoli foi enfático: “As redes sociais, talvez, sejam as ferramentas mais fantásticas dos últimos anos, só que ninguém sabe usar direito, mas, a culpa não é delas, são as pessoas que se acomodaram com as redes sociais. Quer ver um exemplo do mal uso da internet. Uma coisa é eu usar o Google para responder uma pergunta e outra é virar escravo do Google e não pesquisar mais nada. A Internet é para dar uma ideia e estimular a pesquisa, mas não é isso que a gente vê hoje em dia. A rede social é fantástica, mas a conversa de verdade, olho no olho, precisa acontecer e é isso que vai na contramão das relações sociais”, reiterou Davoli.

Redes Sociais

Sobre o uso de redes sociais, como parte das atividades direcionadas aos colaboradores, houve ainda uma apresentação do diretor geral do SEB, Alessandro Marques. Ele começou mostrando um vídeo sobre “Revolução Industrial’, que foca as mudanças da sociedade, a partir da evolução tecnológica e seu impacto em vários setores do mundo moderno e depois, intercalando informações e apresentação de slides, Alessandro abordou diversos aspectos do bom e mau uso das redes sociais, a postura que pessoas responsáveis têm que ter no uso das redes, os limites para a liberdade de expressão, os cuidados necessários em manifestações públicas na rede, o caminho sem volta de publicações e suas implicações jurídicas, entre outros aspectos.

“As redes sociais são fantásticas e têm inúmeras possibilidades de uso, mas, é preciso ter cuidado ao se manifestar em redes sociais, porque o limiar da liberdade individual é tênue e muitas vezes difuso. O que é publicado não sai do ar. Publicou, já era, portanto, é preciso ter muita consciência e responsabilidade ao usar. Coisas aparentemente permitidas, não são e são passíveis de processos judiciais, demissões, destruição de reputações, etc, portanto, precisamos pensar antes de publicar”, disse Alessandro, pedindo, especial atenção ao uso do watzap. “Foi constatado que 77% dos incidentes no ambiente escolar são originados em grupos de watzap, portanto, redobrem o cuidado”, reiterou Alessandro, encerrando o evento dos colaboradores que contou com a presença do Guilherme Davoli.

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