“É melhor prevenir do que remediar”. A frase é pronunciada de geração em geração mas, muitas vezes não tem sua essência assimilada como deveria. E quando se trata de diagnóstico de câncer, ela faz toda a diferença porque, independentemente do tipo e local da doença, quanto mais rápido o diagnóstico, mais fácil fica o tratamento e as chances de cura se ampliam. E foi para chamar atenção das pessoas de que a prevenção será sempre o melhor caminho, a Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO) realizou uma ação, em nível nacional, neste domingo (25). Em Patos, as atividades foram realizadas com apoio do Hospital do Bem e sob a coordenação do cirurgião oncológico, Wostenildo Crispim.
A ação, cujo slogan foi ‘Troque o Medo por Esperança”, foi realizada em Patos na Praça Nossa Senhora de Fátima. Entre às 8h e o meio dia, a população pôde fazer testes de glicemia, aferir a pressão arterial, tirar dúvidas sobre câncer, receber dicas de alimentação saudável, participar de um aulão de Zumba com o professor Alberto Freitas, cortar o cabelo com a cabelereira Silvania Simone, conhecer um pouco mais sobre o trabalho da Casa de Apoio ‘Amigas Viva a Vida’ e os homens, por causa do Novembro Azul, fizeram consultas com o cirurgião oncológico, Wostenildo Crispim. Houve ainda a distribuição de frutas e sucos durante todo o evento. O Corpo de Bombeiros também participou da ação com a exposição de equipamentos de socorro e salvamento.
Todas as ações de saúde foram realizadas por cerca de 30 estudantes de Medicina voluntários da Faculdades Integradas de Patos (FIP), sob a supervisão da equipe de enfermagem do Hospital do Bem. A diretora geral do Complexo Hospitalar Regional Deputado Janduhy Carneiro de Patos, Liliane Sena, a coordenadora do setor de Enfermagem do Hospital do Bem, Aretuza Delfino, e a diretora de enfermagem do Complexo, Jaqueline Medeiros prestigiaram a ação, que começou com uma caminhada do Hospital do Bem até a Praça.
Na avaliação do médico Wostenildo Crispim, a ação surtiu o efeito esperado no sentido de despertar nas pessoas a consciência de que, em se tratando de câncer, a prevenção será sempre a melhor solução. “O estigma do câncer ainda é muito grande. O diagnóstico amedronta, mas é preciso vencer o medo, pois a cura é possível e enquanto houver vida e tratamento há esperança”, destaca. O câncer, lembra Dr. Wostenildo, é a segunda causa de morte dos brasileiros, mas, muitas destas mortes poderiam ser evitadas se as pessoas descobrissem precocemente a doença e fizessem o tratamento adequado com uma equipe de especialistas, composta de Cirurgiões Oncológicos, Oncologistas Clínicos e Radio-oncologistas, a exemplo do que se tem no Hospital do Bem.
O vigilante Teotônio Alves, 52 anos, um dos que se consultou na ação deste domingo com Dr. Wostenildo, está atendo à saúde. Há cinco anos, ele faz exames periódicos. “Primeiro precisamos olhar nossa saúde, depois uma vaidade besta que impede um homem de fazer esse exame tão importante”, disse ele. Mesmo fora da faixa etária recomendada para fazer os exames de toque e PSA, o desempregado André Charles, 38 anos, foi à Praça hoje buscar informações. “Os cuidados com a saúde precisam existir desde cedo. O médico me explicou que não preciso fazer os exames ainda, já que eu não estou sentindo nada, mas vou ficar atento e no tempo certo vou fazer todos eles”, disse Charles.
O escritor e historiador José Romildo de Sousa, presidente da Comissão Executiva do Coletivo ‘Homens com mais vida’, descobriu um câncer de próstata no início da evolução da doença e nem teve que passar por tratamentos agressivos para se curar porque teve o diagnóstico precoce. “Não vou mentir que a descoberta da doença foi um choque, mas eu transformei essa dura realidade em uma lição de vida, me curei e hoje faço palestras e dou testemunhos de como se pode vencer o câncer e dar a volta por cima ainda com mais energia”, afirmou ele, que está finalizando um livro intitulado “A vida depois do câncer”. Não há data ainda para lançamento da obra, cujo objetivo é falar de sua experiência e a partir dela encorajar outras pessoas a enfrentarem o câncer sem tantos medos e receios.